Tecnologia e Negócios. Até onde Isso vai dar o que falar?

Acho lindo ver a evolução tecnológica e os seus impactos nos negócios. E acho mesmo. Acho magnífico o fato de há menos de vinte anos atrás não termos nem noção do que era celular e hoje, quase todos os brasileiros terem ao menos um aparelho. E o celular faz parte da vida das pessoas. Existem residências que aboliram o telefone fixo por um celular e, depois que os smartphones chegaram. Definitivamente o mundo dos telefones não foi mais o mesmo.

Palm, Blackberry, iPhones e muitos outros gadgets estão presentes na vida de milhares de executivos diariamente. MAS, eu não vejo de uma forma acessível que toda essa tecnologia que estamos presenciando está chegando aos pequenos.

Eu ainda vejo empresas, não tão pequenas assim sem um domínio próprio. Vejo o dono das empresas meio alheios a esta história de e-mail e de tecnologia. Vejo empregados totalmente marginalizados quando o assunto é internet e vejo que, por delírio meu, ou por ceticismo demais a tecnologia não está chegando nas mão das pessoas. E por este motivo, por estar tudo tão distante, por estar tudo tão bonito na teoria, mas nada legal na prática, que os pequenos acabam escolhendo não participar muito disso que está acontecendo.

E olha que, ficar de fora de tanta tecnologia, tanta novidade, tanta coisa boa é bem difícil.

Eu não estou dizendo ficar de fora de todos os lançamentos da Intel ou da AMD, nem saber de cabeça qual é o último lançamento de notebooks. Não quero que os empreendedores se transformem em um geek, viciados em informações que, muitas vezes são irrelevantes.

MAS, eu acho legal eles participarem da revolução que está acontecendo. Acho necessário um investimento em automação, em TI, em segurança. Acho mais do que preciso uma manutenção, um upgrade. O que eu não consigo aceitar é, em pleno lançamento do Windows 7 da Microsoft, termos pessoas usando um micro velho com Windows 98 nele porque, “o 98 é o melhor”.

Mas, por outro lado, quem é que está levando a informação pra essas pessoas. Quem é que está mostrando isso pra essas pessoas? Geralmente, pequenas empresas (as que têm computador) possui usuários mais ignorantes do que aquela máquina lenta e, o cara da manutenção é pior ainda, aquele sobrinho do dono que é viciado em PC e acha que sabe alguma coisa.

E por esse motivo, a tecnologia, as coisas que estão acontecendo não chegam aonde deveriam chegar.

E as pequenas empresas não têm um site, ou um e-mail com domínio próprio. E um empreendedor, um pequeno empresário fica sem enxergar a importância de um smartphone, de um notebook, de Twitter, Skype e MSN. Afinal de contas, tudo isso está tão distante, que parece que nem está acontecendo ainda.

Assim, um smartphone se torna uma fescura, obviamente. Pra que tantos recursos se a pessoa mal sabe usar o telefone pra falar? Pra que e-mail, se a única forma de comunicação dessas empresas é a voz, é a reunião, é a conversa? Pra que mensageiros eletrônicos, recursos, data shows e computadores com monitor de LCD se, a única ferramenta tecnológica que essas pessoas conhecem são os retoprojetores?

Quem está educando os pequenos? Os grandes possuem CIO’s, diretores de TI, gerentes e pessoal de inovação por todos os lados. Os grandes empreendedores são bombardeados, até quando não querem, com o lançamentos de leitores de livros digitais, carros movidos à hidrogênio, protótipos e conceitos.

Já o pequeno está cercado por si mesmo. Muitas vezes, nem a família está ao seu lado durante o dia e, ele mal tem tempo de saber sobre o que acabou de acontecer na sua própria cidade. Como vai saber de um lançamento da Apple essa semana. Ou pior, como vai saber o que é Apple?

Eles estão sozinhos. Primeiro, porque são pequenos, e os grandes fabricantes não conseguem enxergá-los. Segundo, porque não têm ninguém pra chegar lá e falar pra ele que, se ele comprar isso, ou se conhecer melhor aquilo, vai ter mais tempo pra poder levar e buscar as crianças na escola.

Eles estão lá. E vão fazendo as coisas com a tecnologia que possuem, ou com as que conhecem. Muitas vezes analógicos. Sozinhos e analógicos. Quanto tempo levará para os pequenos empreendedores binários serem convertidos e educados para transformarem-se em hexadecimais?

Eu espero, sinceramente, que as empresas comecem, o quanto antes, a enxergar nesses esquecidos alguma coisa. Enxergar que, aqui no Brasil, os pequenos são responsáveis por mais da metade dos empregos. Enxergar que, se alguém lhes ensinar uma maneira mais fácil, melhor e mais rápida de fazer as coisas, eles conseguem mais tempo pra fazer mais. E, enxergar que, um produto vendido a US$ 100,00, simplesmente não pode ganhar mais uma casa decimal quando chega por aqui.

Quem será que vai ver isso primeiro? Quem será que vai fazer isso primeiro? Espero não demorar muito tempo até ver conselheiros tecnológicos ajudando os pequenos por aí. Uma oportunidade de começar uma revolução está lá fora. Apenas você pode escolher se vai fazer parte dela, ou se vai apenas assisti-la.

Por Enrico Cardoso.
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